Literacia em Saúde e Direitos Humanos

Data Evento

31 de Dezembro, 2024    
Todo o dia

Literacia em Saúde e Direitos Humanos

Professora Doutora Cristina Vaz de Almeida

Quando falamos de direitos das mulheres, temos de ter obrigatoriamente a visão integrada dos aspetos da saúde, sociais e multiculturais. Esta abordagem exige esforços combinados de trabalho multissectorial, multidomínio e interdisciplinar.

Sabemos que, todos os dias, 140 meninas e mulheres morrem as mãos de um parceiro próximo, dentro da família. Isto quer dizer que dentro da próxima hora, provavelmente, quase seis mulheres e/ou meninas perderam as suas vidas.

Impassíveis não ficamos porque surge logo uma angústia que nos sensibiliza para a questão. Mas é preciso fazer mais do que ficarmos sensibilizados. É preciso agir.

Utilizar as ferramentas da literacia em saúde e gerar mais competências, e saber que as pessoas precisam de mais conhecimento, mais capacidades e os seus atributos são influenciados pelos contextos onde vivem. A literacia em saúde ajuda a preservar a confiança. A literacia em saúde ajuda a reconhecer o perigo e a criar mais segurança com o desenvolvimento das capacidades das populações para serem mais ativas na sua proteção, em particular as mulheres. A literacia em saúde tem um papel da acessibilidade e também ajuda a preservar, a defender e a lutar por mais direitos humanos.

A literacia em saúde reforça a confiança porque dota as pessoas de competências, ou seja, garante os seus conhecimentos e competências (saber fazer). Quando as competências são oferecidas, estamos a aumentar os cuidados de saúde, a prevenção e a promoção da saúde. Estamos a gerar empoderamento e controlo da vida. Esses fatores geram maior autoestima e, portanto, maior confiança nas decisões corretas de saúde.

A literacia em saúde reforça a segurança porque os profissionais desenvolvem uma estratégia para um melhor acesso, compreensão e utilização dos recursos. Com esta maior segurança nos cuidados de saúde, com uma maior literacia em saúde, os acontecimentos adversos na saúde e nas comunidades diminuirão, contribuindo assim para uma maior segurança e um melhor retorno dos investimentos na saúde e, por conseguinte, melhores resultados em matéria de saúde. As famílias desenvolvem mais competências, aprendem a gerir melhor a dor, as carências, a gestão de emoções.

A literacia em saúde reforça a acessibilidade porque, ao tomar as decisões certas no domínio da prevenção de doenças, da promoção da saúde e até dos cuidados, abre um campo protetor e reforçado para as populações vulneráveis. A acessibilidade aos serviços, ao direito da mulher ser protegida cria condições de empoderamento.

A literacia em saúde é determinante para os direitos humanos porque dá voz às pessoas. Dá voz às mulheres. A manifestação das suas reais necessidades impacta em políticas públicas mais ajustadas às comunidades.

Professora Doutora Cristina Vaz de Almeida, Presidente da SPLS


Presidente da SPLS participa em conferência internacional a convite do Dr. Mattia Peradotto, do Governo italiano, e do Dr. Lee Hibard, do Conselho da Europa

 A Professora Doutora Cristina Vaz de Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), foi convidada como oradora na conferência internacional intitulada “Health Literacy and Human Rights – Connecting Policy with Practice to Promote Inclusion and Combat Discrimination”. O convite surgiu Dr. Lee Hibard, do Conselho da Europa, e do diretor-geral do Gabinete Nacional Contra a Discriminação Racial de Itália, Dr. Mattia Peradotto, e foi realizado no dia 5 de dezembro de 2024, em Roma, das 9h às 18h (horário de Itália).

Organizada pelo Gabinete Nacional Contra a Discriminação Racial de Itália em colaboração com o Conselho da Europa e com o apoio do Ministério da Família, Natalidade e Igualdade de Oportunidades de Itália, a conferência reuniu especialistas de renome para discutir estratégias de promoção da inclusão e combate à discriminação por meio da literacia em saúde.

A Presidente da SPLS teve a oportunidade de contribuir com sua experiência em políticas e práticas de literacia em saúde, reafirmando o papel de Portugal como referência nesta área. O evento foi transmitido ao vivo e gravado, permitindo amplo acesso ao público internacional.

Também o Professor Doutor Miguel Arriaga, da Direção-Geral da Saúde, marcou presença neste evento. O painel abordou a promoção da inclusão no combate à discriminação na sociedade.

Esta participação reflete o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela SPLS na promoção da saúde como um direito humano fundamental.

Discurso da Professora Cristina Vaz de Almeida:

Buon pomeriggio a tutti

Desidero salutare il panel in cui mi trovo nella persona del Professor Stephan vandenbroucke , così come i miei colleghi e ringraziare in particolare il Direttore Generale dell ‘ Ufficio Nazionale Contro la Discriminazione Razziale d’Italia,Dott. Mattia Peradotto, e il Direttore Lee Hibbard, della Divisione Diritti Umani e Biomedicina, Direzione Diritti Umani, del Consiglio d’Europa, Preofessora Kristine Sorensen, Prof Miguel Arriaga e Dr. Lorenzo Montrasio (UNAR)

Per me è un grande privilegio poter discutere di un argomento che è nella mia agenda quotidiana, e che vede una luce di conciliazione di volontà , tra così tante persone che lottano in modo simile a me e la società portoghese dell’alfabetizzazione sanitaria. È un piacere essere a Roma. Grazie mille per questo invito

Introdurrò le prime parole in italiano per poi passare all’inglese

L’alfabetizzazione sanitaria consiste nel preservare la fiducia.

È per preservare la sicurezza. 

Serve a preservare l’accessibilità.

È quello di investire nel cambiamento del comportamento con la scienza del comportamento.  

Si tratta di proteggere e difendere i diritti umani

Le persone hanno bisogno di cambiare con azioni semplici e chiare, a piccoli passi

Health literacy is about preserving trust and safety

Its to invest in behavior change with the behavior science.  

It is to protect and defend human rights

People need to change with simple, clear actions, in small steps

Health literacy experts know the science of behavior and know the strategies, principles and models that allow individuals and groups to change their behaviors for more included and socially integrated experiences.

Health literacy experts can help structure more effective public policies, because they know and they are adapted to the real needs of people and target groups. 

They work directly on change behaviour and listen to the voices of citizens.

Health literacy experts must work with policy makers. These experts bridge the gap between citizens, stakeholders and legislators.

In Portugal we have a national plan for health literacy and knowledge of behavior, in which I participated with great pride

We have defined, in this plan, the use of a very practical model – the  COM B model – skills, motivation and opportunity – for behaviour (Michie et al 200’6) opens doors to intervention.

Fighting discrimination needs previous steps, which is to know which populations feel discriminated against and the reasons for this fact.

Promoting inclusion is meeting the expectations of populations that feel the need to be included, and that for various multifactorial and multi-domain reasons, are not.

We know the laws

We have good laws to fight discrimination

So why doesn’t this happen?

Never before has the world, organizations and researchers had so much data on inequalities. 

Throughout the life cycle. 

  1. We have data on the millions of girls and women without education
  2. we have data on domestic violence and woman deaths and injured (140 women are killed every day by their close relatives)
  3. We know that economic deprivation is a predictor of more obese populations, with more hypertension, more diabetes, more cardiovascular and oncological diseases. The data speak for themselves.  

And with so much data, what needs to be done?

We need to listen more to citizens and make interventions tailored to their needs. Invest more in health literacy, which promotes greater empower.  This has been our work at the Portuguese Society for Health Literacy.

Health literacy allows working with all stakeholders. Those who feel discriminated against, and those who discriminate.

Everyone counts.

In this sense, it is necessary to give a voice to everyone, especially those who are most vulnerable- older people, people with disabilities, people from different cultures, people in economic need, women and children. To know precisely what the problem is, what the belief, what the barrier, what is the opportunity.

The mini-assemblies of health, based on scientific methods (organized by the Portuguese Society of Health Literacy) with more vulnerable populations showed the power of the citizen’s voice. 

To give a voice is to invest in basic rights to lincrease people’s empowerment. Listening and sharing their needs is a starting point for securing better rights. These mini-assemblies are organized on the basis of meaningful scientific methods such as the nominal group technique

These interventions must be carried out in a network, with municipalities, patient associations, social and health associations of community intervention. 

They have a very positive effect on vulnerable populations, which are generally little listened to. 

Everyone should have a voice and not be replaced. 

Health literacy is like a hurricane, in the eye of a transformation of the rights of the person

Non ci può essere regolamentazione, politica pubblica o legge que non soddisfano esattamente i bisogni delle persone e i loro problemi , in modo da poter promuovere un accesso equo, la comprensione e l’uso corretto delle risorse sanitarie. Mille Grazie

A contribution from my friend Ana Paula Reis, one dinamic portuguese activist

I am going to talk trough the voice of Ana Paula Reis

She fell from the 8th floor and survicved

Today she is a person with a physical disability aho is a great acivist in Portugal.

She’s a good friend and I asked her for a sentence/idea that was very meaninful to her about the human rights of people with disabilities who have represented here. It reads as follow:

 

World Society must reflect with empathy and sensoivity on “difference”. And respect it. I wish above al that we continue to fight for na improvenment on behaviors and attitudes. We must involve vulnerable groups to not perpetuate marginalization. To gove a voice top people is to invest in basic rights to increase peoples’s empowerment


Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiros Íntimos ou Membros da Família

Globalmente, aproximadamente 51.100 mulheres e meninas foram mortas por parceiros íntimos ou outros membros da família durante 2023. Este número é superior à estimativa de 2022, de 48.800 vítimas, mas a diferença não reflete necessariamente um aumento real, sendo em grande parte atribuída a variações na disponibilidade de dados ao nível dos países.

O número de 2023 significa que 60% das quase 85.000 mulheres e meninas assassinadas intencionalmente durante o ano foram mortas por parceiros íntimos ou outros familiares. Em outras palavras, uma média de 140 mulheres e meninas em todo o mundo perderam a vida todos os dias nas mãos de um parceiro ou parente próximo.

 

 


A OMS apela a uma maior atenção para a violência contra mulheres com deficiência e mulheres idosas

Mulheres idosas e mulheres com deficiência enfrentam um risco particular de abuso, mas a sua situação permanece amplamente invisível na maioria dos dados globais e nacionais relacionados com a violência, segundo duas novas publicações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência de saúde apela a uma melhor investigação em diversos países para garantir que estas mulheres sejam contabilizadas e que as suas necessidades específicas sejam compreendidas e atendidas.

Quando existem dados sobre a violência baseada no género entre estes grupos, a evidência mostra uma elevada prevalência. Uma revisão sistemática identificou maiores riscos de violência por parceiro íntimo em mulheres com deficiência em comparação com aquelas sem deficiência, enquanto outra também encontrou taxas mais elevadas de violência sexual.

Continuar a ler aqui.

 


Segundo a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, no terceiro trimestre de 2024:

  • 5 mulheres e 1 homem foram vítimas de homicídio voluntário em contexto de Violência Doméstica
  • 8415 foram as ocorrências participadas à PSP e GNR
  • 1369 pessoas estavam presas pelo crime de Violência Doméstica: 1027 em prisão efetiva e 342 em prisão preventiva