Dia Internacional da Igualdade Feminina
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
Este é um dia para homenagear as mulheres, mas sobretudo combater as desigualdades de género. A escolha do dia celebra também a data da ratificação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que aconteceu, precisamente a 26 de agosto do ano de 1789, em França.
É um dia para celebrar a igualdade de géneros e, embora as conquistas tenham sido muito significativas, a realidade é que ainda há muito a fazer. Começa por a generalidade das religiões considerarem a mulher como propriedade dos homens. Nos mandamentos da Igreja dizia-se que “não cobiçarás a mulher do próximo”. Isto, que parece ser uma forma de condenar o adultério, tem por trás uma atitude mais perversa e desumana. No original dizia “não cobiçarás a vaca, a terra ou a mulher do próximo”, o que coloca a mulher ao nível da vaca e faz dela propriedade do homem. Isto demonstra que ao nível da Igreja existe um árduo processo a fazer, sob pena de ninguém mais querer saber de religião por ver nela fonte inspiradora de injustiça e, de fato, não o deixa de ser. A beleza e prazer da relação entre homens e mulheres só podem ser desfrutadas em condições de igualdade, em que estão juntos porque se amam, se gostam e é escolha de ambos. Estes devem ser os únicos motivos que os “obriga” a serem próximos.
Todas as formas de discriminação e de desigualdade são deploráveis e exigem o nosso repúdio e combate, mas, hoje, o nosso foco está nas Mulheres.