Dia Mundial de Luta Contra a SIDA 

Data Evento

1 de Dezembro, 2024    
Todo o dia

Dia Mundial de Luta Contra a SIDA 

Pelo Professor José Mendes Nunes, sócio da SPLS

Sob proposta do Dr. Jonathan Mann, Diretor do Programa Global sobre AIDS (UNAIDS), foi aprovado, em 1988, a observância do Dia Mundial da Luta Contra a SIDA que nasceu como uma plataforma que procurava sensibilizar a população para a importância do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e Síndrome de ImunoDefiência Adquirida (SIDA) e homenagear os que faleceram e os que sofrem infetados pelo vírus. O vírus da imunodeficiência humana foi identificado em 1981 e calcula-se que tenha matado mais de 30 milhões de pessoas em todo mundo sendo África o continente mais afetado. Estão identificadas dois tipos de VIH: 1 e 2. O VIH1 foi identificado poe Luc Montagnier, em 1983 e, por isso, recebeu o Prémio Nobel da medicina em 2008. Aqui homenageio a Professora Doutora Odette Ferreira que, fazendo parte da equipa de Luc Montagnier, foi a principal responsável pela identificação do VIH2 em amostras provenientes da Guiné-Bissau onde parecia que o VIH tinha um comportamento diferente do já conhecido HIV1. Desde então já faleceram mais de 30 milhões de pessoas pela SIDA. O país com maior incidência é a Essuatíni (antiga Swazilândia), com 26,8%, enquanto Portugal ocupa a 68ª posição com 0,5% (estimativa de 2020), com um número de mortes anuais inferior a 500, segundo o relatório da UNAIDS. O VIH transmite-se através das relações sexuais não protegidas, transfusões com sangue contaminado e mãe para filho, durante a gravidez, o parto e a amamentação. As lágrimas, a saliva e o suor não são transmissoras do vírus. 

De início a doença pode-se manifestar como uma mera gripe, mas com a progressão da doença surgem sintomas que traduzem a falência do sistema imunitário: infeções oportunistas e cancros que surgem em pessoas com deficiência imunitária.  

Apesar de haver um grande avanço no seu tratamento, a doença permanece incurável tendo apenas evoluída, graças aos antirretrovirais de uma doença aguda fatal para uma doença crónica. Continuamos sem ter uma vacina disponível pelo que a única forma de a prevenir é através de sexo seguro, não partilha de seringas, e rastreio durante a gravidez. Infelizmente nos últimos anos parece haver um certo desleixo no uso de preservativo. Para além disso a pandemia Covid travou a luta contra a SIDA pelo desvio de recursos. Nesta luta, procura-se não aceitar a desculpa de desvio de recursos para outros fins, defender os direitos de mulheres e meninas, não criminalizar nem discriminar gays, transgéneros, profissionais do sexo, drogaditos. 

O lema escolhido para este ano, “Ação Coletiva: Sustentar e Acelerar o Progresso contra o VIH” ( Collective Action: Sustain and Accelerate HIV Progress), procura reiterar o compromisso na prevenção de novas infeções e garantir serviços essências a todas as pessoas afetadas pelo HIV. 

Deixo-vos com a eloquente ideia das Nações Unidas: o mundo pode acabar com a SIDA, se os direitos de todos forem protegidos. Esta ideia sublinha que, apesar dos avanços científicos, o combate contra a SIDA depende muito do respeito pelos direitos humanos cujo desrespeito está a dificultar a proteção eficaz das pessoas excluídas e marginalizadas.