
Dia Mundial da Saúde Mental
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
Entende-se por saúde mental o estado de bem-estar em que o individuo tem consciência da sua capacidade de manter atividades produtivas, construir e manter relações gratificantes com outras pessoas, de se adaptar à mudança e de lidar com a adversidade. Desde a infância até à velhice, a saúde mental é a base do pensamento e das capacidades comunicacionais, de aprendizagem, do crescimento emocional, resiliência e autoestima.
O Dia Mundial da Saúde Mental foi criado em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental, por iniciativa do Secretário-Geral Adjunto Richard Hunter, e, até 1994, não teve nenhum tema especifico para além da promoção geral da saúde mental e educação da população, mas a partir deste ano passou a ter um tema anual começando pelo “Melhorando a qualidade dos serviços de saúde mental em todo o Mundo”. O Dia Mundial da Saúde Mental é apoiado pela OMS que considera a saúde mental como uma prioridade e defende que a preservação da saúde mental não é um problema só da saúde, mas de toda a sociedade. O tema deste ano é: Maior Investimento em Saúde Mental para Todos – Maior Acesso (Mental Health for All Greater Investment – Greater Access).
O objetivo do dia, para além de chamar a atenção para os problemas das perturbações mentais, procura combater o estigma a que os doentes estão sujeitos, a começar pelas próprias de instituições que, no momento de alocarem recursos, os preterem, e os profissionais de saúde que os tratam de modo diferente em comparação aos doentes orgânicos.
Mas, atenção, há também muito sofrimento que, embora sendo natural e resultante das contingências da vida, é rotulado como doença desencadeando furor terapêutico medicamentoso que não ajuda e só complica os problemas do sofrimento. Por exemplo medicar alguém porque está num processo de luto há uma semana é, no mínimo, criminoso. As estatísticas apontam para que em Portugal se consume mais do dobro de antidepressivos que na Alemanha, três vezes mais que nos Países Baixos e, comparando com o pais mais próximo geográfica e culturalmente, a Espanha, consumimos 1,5 vezes mais. Na Europa só somos
ultrapassados pela Islândia. Isto com medicamentos que na sua generalidade só são eficazes em gerar dependência e nos malefícios. É urgente agir no sentido de combater esta realidade, porque o abuso de psicofármacos é um verdadeiro problema se saúde publica. Saúde Mental não é tomar medicamentos sem rigorosa indicação e, muito menos, segundo a Medicina Baseada no Marketing farmacêutico.
Webinar “Literacia em Saúde Mental para todos”
“Literacia em Saúde Mental para todos” é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, integrada nas “Celebrações em Saúde” coordernadas pela Enfermeira Sandra Laia Esteves.
Juntamo-nos nesta iniciativa para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental, dia 10 de outubro, fazendo uma conexão ao tema proposto pela OMS “Saúde Mental para todos: Vamos torná-la realidade”.
E para a tornar realidade, tivemos o privilégio de ter connosco três sócios da SPLS especialistas em Saúde Mental: Doutora Tania Morgado, Professora isabel fragoeiro e Dr. Rolando Andrade.