Dia Mundial da Saúde Mental 2025
A SPLS recolheu alguns testemunhos:

Ana Paula Reis
A nossa mente é o nosso palácio. Cuidemos dele para o habitar em pleno.

Enf. Hélder Carreira
Apoiado desde o início pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde na pessoa da sua Presidente, estimada Professora Cristina Vaz de Almeida e tão bem aclarado e reforçado pela estimada Professora Tania Morgado, falar de saúde mental representa um exercício de responsabilidade coletiva que transcende o individual e interroga a própria estrutura do estar no mundo.
A saúde mental configura uma dimensão fundamental da existência humana, atravessando o quotidiano entre as exigências externas e a necessidade interna de equilíbrio. A prática do autocuidado, a consciência dos próprios estados emocionais e cognitivos, a autocompaixão perante as fragilidades pessoais constituem elementos essenciais para uma vivência autêntica. Encontrar momentos de contemplação, de conexão com os outros, de serenidade em meio à aceleração contemporânea revela-se um ato simultaneamente íntimo e político.
Ultrapassar o silêncio historicamente associado ao sofrimento psíquico exige coragem epistémica: nomear as dificuldades, partilhar estratégias de bem-estar, procurar apoio profissional quando necessário implica reconhecer a vulnerabilidade como condição humana partilhada e não como falha individual. O estigma dissolve-se quando a linguagem se torna acessível, quando os testemunhos ganham legitimidade, quando as instituições criam espaços de escuta genuína.
A atenção às emergências e catástrofes, tema central em 2025, evidencia como as circunstâncias extremas amplificam vulnerabilidades estruturais e tornam urgente uma abordagem preventiva, inclusiva e sistemática. As crises coletivas expõem fragilidades que atravessam comunidades inteiras, exigindo respostas que articulem o cuidado imediato com a transformação das condições que perpetuam o sofrimento.
Esta iniciativa sublinha a interdependência entre reflexão pessoal e compromisso social: transformar a saúde mental numa prioridade visível, legitimada e transversal a todas as esferas da vida pública constitui um imperativo ético que define a qualidade das sociedades contemporâneas e a sua capacidade de cuidar daqueles que as compõem.

Para falar de Saúde Mental, não é necessário falar apenas de diagnósticos, patologias, prevenção ou terapias. Este começa até a ser um tipo de discurso difundido em exagero, e como tal, já com pouco impacto nos recetores.
Assim, torna-se indispensável ter um discurso positivo, fazendo com que as pessoas se sejam ouvidas naquilo em que se sentem realizadas e competentes, porque é aí que muitas vezes se revela a sua capacidade de colocar em prática uma série de comportamentos que podem ser promotores de saúde, bem-estar e qualidade de vida.
A Saúde é muito mais do que a ausência de doença, e atualmente, o enfoque está concentrado noutra perspetiva, tendo existido uma mudança de paradigma, com o retorno a uma perspetiva Ecológica, centrada naquilo que é a conjugação das diferentes variáveis que podem influenciar as pessoas.
Esta mudança de enfoque abriu portas ao conceito de Bem-Estar (enquanto dimensão subjetiva da saúde), assim como ao conceito de Qualidade de Vida (enquanto dimensão que diz respeito ao impacto do estado de saúde nas atividades diárias de cada um).
Apesar disso, ainda existe uma visão redutora da Saúde Mental, tendencialmente associada à ausência de um diagnóstico Psiquiátrico ou Psicológico.
Como sabemos, a Saúde implica sempre um estado de Bem-Estar físico, psicológico, social e espiritual, que é sobretudo de natureza subjetiva. Quero com isto dizer que de nada adianta a ausência de um diagnóstico quando mesmo assim não nos sentimos bem em algum destes aspectos.
Sendo a Saúde Mental um recurso de primeira necessidade de cada indivíduo, é necessário promover o Bem-Estar e Qualidade de Vida das pessoas, de forma a que se adaptem de forma saudável aos obstáculos e desafios próprios de uma sociedade em rápida mudança, tendo sempre em mente que além de um recurso individual, a Saúde Mental é um recurso colectivo, capaz de gerar sociedades livres, produtivas, proactivas, e com potencial de evolução económica e social, onde todos se se possam sentir verdadeiramente realizados.

Enf. Marta Martins
Como profissional de saúde, acredito que a base de uma boa saúde mental começa no autocuidado: reconhecer os próprios limites, procurar apoio e reservar tempo para nós é fundamental.

Dra. Patrícia Vasconcelos
As pausas e o riso ajudam o juízo.
