Dia Mundial da Saúde Ambiental
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
A criação do Dia Mundial da Saúde Ambiental foi da responsabilidade da International Federation of Environmental Health (IFEH), uma organização sem fins lucrativos, parceira da United Nations for Disaster Risk Reduction (UNDRR), cujo objetivo é disseminar o conhecimento sobre a saúde ambiental e promover a cooperação entre os países para melhorar a situação ambiental do Globo.
A escolha do dia 26 de setembro, para a observância do Dia Mundial da Saúde Ambiental, comemora a data da fundação da IFEH, no ano de 1986. O dia foi declarado no Congresso da IFEH ocorrido na Indonésia, em 2011, senso desde então celebrado sempre com temas focados na proteção da saúde ambiental a nível mundial.
O tem deste ano é bastante embora longo é bastante eloquente: Saúde ambiental: Criando comunidades resilientes através da redução do risco de desastres e mitigação e adaptação às alterações climáticas.
O tema sublinha o impacto das ameaças das alterações climáticas e dos desastres no desenvolvimento sustentável, para as condições de vida e de saúde das populações, estando em causa os ganhos alcançados aos longo de anos. Em 1989 a OMS definiu Saúde Ambiental como os aspetos da saúde e das doenças humanas que são determinados por fatores ambientais.
As alterações climáticas aumentam a frequência e a gravidade dos desastres ambientais: prevê-se que os ciclones aumentarão de frequência e violência como aquecimento global, abaixo dos 2,5ºC; dentro de 80 anos as número pesssoas expostas a secas extremas duplicará; por cada aumento de 1ºC na temperatura global a precipitação extrema aumenta 7%; em 2050 as doenças transmitidos por mosquitos afetarão cerca de 500 milhões de pessoas; subida das águas do mar provocarão inundações costeiras com prejuízos até 20% do PIB global até 2100; e, os incêndios em áreas florestais já expostas pode durar três meses até final de 2030.
Neste contexto, compreende-se a tarefa hercúlea para os profissionais de saúde ambiental têm pela frente para controlarem as alterações climáticas e mitigarem o impacto dos desastres ambientais.
O combate às alterações climáticas passa pela redução dos combustíveis fósseis e redução das emissões de CO2. Mas em simultâneo é fundamental implementar medidas de redução do risco de desastres ambientais, porque as alterações climática já estão aí. Estas medidas são, em muito, estimuladas pelo Quadro Sendai1 da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UN Sendai Framework for Disater Risk Reduction) que procura implementar esforços para reduzir os riscos no período de 2015 a 2030. O Quadro Sendai reconhece a responsabilidade de prevenir e reduzir o risco de desastre dos estados membros. Nele se defende, que os Estados tem como papel principal: “ A redução substancial do risco de catástrofes e das perdas de vidas, meios de subsistência e saúde e dos ativos económicos, físicos, sociais, culturais e ambientais de pessoas, empresas, comunidades e países.”
O Quadro Sendai estabelece metas de redução e de aumento (Quadro I)
Quadro I: Metas do Quadro Sendai da UNDRR (adaptado de UNDRR)
Reduzir | Aumentar |
Mortalidade global por desastre | Número de países estratégias nacionais e locais de redução de risco de desastre |
Número de pessoas afetadas globalmente | Cooperação internacional no desenvolvimento dos países |
Perda económica direta em relação ao PIB | Disponibilidade e acesso a sistemas de aviso precoce para multi-riscos. |
Dano a estruturas criticas e disrupção dos serviços básicos |
Para quem estiver interessado encontra aqui estas metas quantificadas.
A nível individual que cada um se proteja das alterações climáticas, procure saber quais os riscos de desastre ambientais está sujeito e sobretudo lembre-se que não é a Natureza que precisa do Homem, mas é o Homem que precisa da Natureza. Defenda, com todas as suas possibilidades este Planeta porque não há planeta B. Por muito que procurem outros planetas viáveis para vivermos, parece-me mais ajuizado não estragar este do que migrar para outro.