Dia Mundial da Doença de Alzheimer
José Mendes Nunes, sócio da SPLS
Em 1907, o médico alemão Alois Alzheimer “lembrou-se” de descrever as alterações que encontrou no tecido cerebral de uma mulher que havia mostrado sinais demenciais por volta dos 51 anos de idade.
O Dia Internacional da Doença de Alzheimer foi estabelecido, em Edimburgo, a 21 de setembro de 1994 quando se celebrava o 10º aniversário da Alzheimer’s Disease International (ADI). A ADI congrega mais de 100 associações ativamente envolvidas na defesa e suporte aos doentes com Alzheimer e outras demências e seus familiares.
Com a observância do Dia Mundial da Doença de Alzheimer procura-se sensibilizar e combater o estigma da doença d Alzheimer e outras formas de demência, objetivo que é reforçado com a declaração de setembro como o mês da Doença de Alzheimer (DA).
A DA é o tipo de demência mais frequente responsável por 60-80% dos casos. Embora seja mais frequente depois dos 65 anos de idade, isso não significa que seja exclusivo dos escalões etários mais idosos (cerca de 5% dos casos tem inicio entre os 40 e 50 anos) nem que a idade seja o único fator de risco.
Hoje calcula-se que existam 60 mil pessoas com este quadro demencial e é expectável que o número duplique em 2030. Infelizmente, ainda não se vislumbra o tratamento efetivo pelo que o seu combate, para além do diagnóstico precoce e intervenção adequadoa, é, essencialmente, através de medidas preventivas, como:
- Exercitar o neurónio (falar do que lê e vê),
- Conviver, socializar, não se isolar.
- Comer saudavelmente,
- Mexer-se,
- Respeitar as horas de sono,
- Não se intoxicar com álcool, tabaco ou outras drogas.
A propósito da importância de manter o convívio, sublinho a importância de manter a funcionalidade dos órgãos de comunicação: a visão e a audição. Por isso, apelo à implementação de planos de saúde da visão e da audição, incorporando nos cuidados de saúde primários técnicos optometristas, que cuidam da saúde da visão, e audiologistas para a saúde da audição. Claro, com a comparticipação dos respetivos dispositivos corretores que corrijam os deficits diagnosticados. Pela importância das funções da visão e audição para a manutenção da saúde, física e mental, será, certamente, um investimento muito rentável em termos de ganhos em saúde. Estas são medidas que não exigem mais médicos, pelo que a falta destes não serve de desculpa.
Como curiosidade lembro que hoje é o dia de São Mateus, apóstolo de Jesus, que foi cobrador de impostos na Palestina. Por isso, não se esqueça de pagar os impostos porque o Alzheimer não serve de desculpa.
Para além disso, é o Dia da Gratidão. Este dia teve origem nas exóticas e longínquas paragens do Havai, no ano de 1965, num encontro internacional com a ideia de tirar um dia para agradecer aquilo que a vida nos dá. Muitos dos participantes deste encontro, quando regressaram a casa, procuraram manter o mesmo gesto. Desde então o Dia Mundial da Gratidão é celebrado em todo o mundo: agradeça aos outros o contributo para o/a fazerem feliz, agradeça o que tem, tenha um gesto, ou uma palavra, ou um sorriso que confirme os outros e os façam felizes. Não se esqueça: Seja agradecid@ e provoque ondas de felicidade!
Talvez esta seja a melhor forma de prevenir a doença de Alzheimer, mas, para isso, é fundamental manter todas as capacidades visuais, auditivas, cognitivas e sociais.
Por Carlos Viegas, sócio da SPLS
Celebrar a Doença de Alzheimer: Uma Reflexão Necessária
A frase “celebrar a doença de Alzheimer” pode gerar uma certa estranheza e até mesmo desconforto. Afinal, o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando perda progressiva da memória e de outras funções cognitivas.
No entanto, podemos reinterpretar a questão e encontrar um significado mais profundo. Celebrar, nesse contexto, não significa comemorar a doença em si, mas sim:
- Celebrar a vida: Apesar dos desafios que o Alzheimer impõe, é fundamental valorizar cada momento, cada conquista e cada interação com as pessoas que convivem com essa doença.
- Celebrar a resiliência: Tanto os pacientes quanto seus cuidadores demonstram uma força e uma capacidade de adaptação admiráveis diante de um quadro tão complexo.
- Celebrar a pesquisa e os avanços: A comunidade científica dedica-se intensamente a encontrar tratamentos e curas para o Alzheimer. Celebrar os avanços nessa área é fundamental para manter a esperança e impulsionar novas descobertas.
- Celebrar a solidariedade: A criação de redes de apoio, a troca de experiências e a conscientização sobre a doença são formas de celebrar a união e a empatia entre as pessoas.
Em vez de celebrar a doença, podemos e devemos celebrar a vida, a esperança e a solidariedade.
O que podemos fazer para apoiar as pessoas com Alzheimer e seus cuidadores?
- Informar-se: Quanto mais soubermos sobre a doença, mais preparados estaremos para lidar com ela.
- Buscar apoio: Existem diversas associações e grupos de apoio que oferecem informações, recursos e suporte emocional.
- Promover a conscientização: Divulgar informações sobre o Alzheimer e desmistificar a doença é fundamental para reduzir o estigma e promover a inclusão.
- Doar para a pesquisa: Contribuir financeiramente para projetos de pesquisa é uma forma de investir em um futuro com menos Alzheimer.
- Oferecer ajuda: Pequenos gestos, como oferecer companhia, ajudar nas tarefas do dia a dia ou simplesmente ouvir, podem fazer uma grande diferença na vida de alguém com Alzheimer.
Lembre-se: O Alzheimer é uma doença complexa que exige atenção e cuidado. Ao celebrar a vida e a esperança, podemos transformar essa realidade e construir um futuro mais justo e humano para todos.