Dia Internacional da Literacia
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
O Dia Internacional da Literacia é observado desde 1967 para vincar a importância da alfabetização como meio de garantir a dignidade, os direitos humanos e alcançar uma sociedade mais sustentável. Segundo a Politica Nacional para a Alfabetização do Brasil, entende-se por literacia o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas à leitura e à escrita, assim como à sua prática produtiva. Por outras palavras, é o ensino e aprendizagem da leitura e escrita. A literacia permite o conhecimento recíproco das múltiplas culturas, a coesão social e a paz. O empoderamento dos cidadãos, e o próprio exercício da liberdade, está dependente do seu grau de alfabetismo. Aceitando que a democracia é o menos mau de todos os sistemas políticos e que, portanto é um bem em si, a sua qualidade depende muito da literacia dos eleitores.
O lema escolhido para este ano foi: “Promover a educação multilingue: Literacia para a compreensão mútua e a paz” (Promoting multilingual education: Literacy for mutual understanding and peace). Este lema sublinha a importância de uma educação para todos. Esta é a fórmula mais realista de construir sociedades igualitárias onde todos tenham oportunidades idênticas.
Porque estamos na Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) reitero o facto incontornável de a literacia ser um requisito fulcral para a Literacia em Saúde. Aproveitemos este dia para falar de Literacia em Saúde (LS).
Para Kristine Sorensen, “a literacia em saúde está ligada à literacia e implica o conhecimento, a motivação e as competências das pessoas para aceder, compreender, avaliar, e aplicar informações de saúde para fazer julgamentos e tomar decisões na vida quotidiana relativas aos cuidados de saúde, prevenção de doenças e promoção da saúde para manter ou melhorar a qualidade de vida ao longo da vida”.
Se é verdade que a LS depende muito do ativismo dos cidadãos, não é menos verdade que depende igualmente de profissionais de saúde conscientes da importância do seu papel na construção de sociedades mais letradas em saúde. Digamos que profissionais ativos na promoção da LS criam cidadãos ativos. Por outro lado, toda a sociedade deve estar imbuída no objetivo de aumentar os níveis de LS da população e, aqui, se apela à responsabilidade das unidades de saúde do imperativo de assumirem a Literacia Organizacional em Saúde, entendida como a implementação de abordagens que facilitem o acesso dos pacientes e das suas famílias aos serviços de saúde e a informação adaptada que lhes permitam fazer escolhas e tomada de decisão informadas sobre os seus problemas de saúde.
A LITERACIA EM SAÚDE SALVA VIDAS