“A minha visão sobre a literacia em saúde”, pela Dra. Marta Sócrates Martins

Tomar decisões informadas sobre a própria saúde é um privilégio que depende do acesso a informação de qualidade. Sabendo o que prejudica e o que beneficia, é possível evitar riscos e adotar práticas saudáveis com maior frequência. No entanto, será que este conhecimento deveria ser um privilégio?
Atualmente, penso que nem toda a população tem as mesmas oportunidades de acesso à informação. Essas desigualdades podem comprometer a qualidade de vida de muitas pessoas, tornando-as mais vulneráveis. Por isso, considero essencial investir na literacia em saúde, transformando-a num direito de todos, reduzindo disparidades e contribuindo para uma sociedade mais justa.
Na minha perspetiva, para que esta literacia seja verdadeiramente inclusiva, deve nascer nas escolas. Preparar cidadãos não significa apenas ensiná-los a ler ou a fazer contas, mas também capacitá-los para compreender o seu corpo e cuidar de si.
Campanhas de comunicação em redes sociais, televisão e rádio devem complementar esse processo, embora o excesso de informação possa, por vezes, gerar confusão. É fundamental ensinar as pessoas a identificar em quem podem confiar para obter informações seguras, como ordens profissionais ou associações especializadas.
Em conclusão, vejo a literacia em saúde como um pilar central para viver mais anos com qualidade de vida. Investir nela é semear autonomia em cada indivíduo e contribuir para a construção de uma sociedade mais saudável, consciente e capaz de tomar decisões sobre a própria saúde.
