
Dia Nacional de Luta Contra a Dor
Pelo Prof. José Mendes Nunes, sócio da SPLS
O Dia Global contra a Dor comemora-se todos os anos na terceira segunda-feira de outubro e é apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera que o tratamento “da dor e os cuidados paliativos fazem parte integrante do direito de gozar de boa saúde”.
Outubro é, também, considerado o mês de sensibilização para o problema da dor, sendo o lema deste ano “Juntos Faremos Mais pela Dor” (Together We’ll Do More for Pain).
Note-se que em Portugal, por iniciativa da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), observa-se na terceira sexta-feira de outubro o Dia Nacional de Luta Contra a Dor. Para este dia, a APED propõe convívios e promove hábitos de vida saudáveis para prevenir o surgimento da dor.
A dor é subjetiva, não sendo possível, entre duas pessoas com dor, dizer qual delas é maior. Mas o que importa é que ela representa sofrimento e aqui transcrevo o que se diz no site da APED: “O que mais dói na dor é não se falar sobre ela”. Assim, fica aqui o apelo: quem tem dor que não a esconda e fale dela e quem ouve que escute com compaixão e empaticamente. Claro que existem analgésicos, mas a escuta ativa é um potente analgésico. Quanto ao uso de fármacos analgésicos que os usem na dose e por tempo mínimos. Apelo aos profissionais de saúde que escutem os pacientes com dores e não se esqueçam que o principal órgão da escuta ainda é o cérebro.
Pela Dra. Maria Teresa Flor de Lima, sócia da SPLS

Mestre Maria Teresa Flor de Lima
O Dia Nacional de Luta Contra a Dor (DNLCDor) foi criado com vista a aumentar a notoriedade da dor enquanto doença e do seu impacto na qualidade de vida do indivíduo, sua família e sociedade. A existência desta efeméride vem colocar o foco na necessidade de sensibilização, formação e partilha de conhecimento junto dos profissionais de saúde, comunidade científica, instituições politicas, doentes e sociedade em geral para a necessidade de um desenvolvimento continuado de novas formas e sistemas de tratamento e prevenção da dor.
A constituição de um DNLCDor foi uma proposta desenvolvida pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, APED que foi aprovada em Diário da Republica a 30 de abril de 1999 (Despacho nº 10 324/99 2.a série) com a assinatura da Ministra da Saúde, Drª Maria de Belém Roseira e na qual se definia o dia 14 de junho como o Dia Nacional de Luta Contra a Dor.
Atualmente, o DNLCDor está integrado na Semana Europeia de Luta Contra a Dor e é celebrado na terceira sexta-feira do mês de outubro. Esta mudança da data deveu-se a uma procura de concertação de esforços e dinâmicas nacionais e internacionais para expandir a visibilidade e partilha de informação junto das entidades e organismos oficiais de saúde, comunidade científica, profissionais de saúde e sociedade em geral. Esta data foi igualmente aprovada pela Ministra da Saúde, Ana Teodoro Jorge e publicada em diário da república a 7 de novembro de 2008 (Diário da República, 2.ª série de 7 de novembro de 2008, Despacho n.º 28683/2008).
A APED*organiza anualmente diversas ações para comemorar este dia. O seu Presidente atual, Dr. Filipe Antunes, lembra que esta é uma causa de todos, considerando a prevalência da dor crónica que afeta cerca de 1 em cada 3 portugueses, o que a torna a doença crónica com mais repercussões na vida de cada cidadão e na sociedade em que vivemos. E deixa a mensagem de que “interessa despertar consciências, promover estilos de vida saudáveis e melhorar a qualidade de vida para a combater desde o seu início”. Este ano, decorrerá em Coimbra, o IX Encontro das Unidades de Dor Crónica do país.
Sendo 2024 o ano em que se celebra o 25.º aniversário do DNLCDor, a plataforma portuguesa da SIP (Societal Impact of Pain=Impacto Social da Dor), SIP PT, organizou no dia 14 de junho um webinar** para o qual foi convidada, em representação dos políticos, a participar a ex-Ministra da Saúde Drª Maria de Belém Roseira que , já em 1999, teve a abertura política e o humanismo para compreender a problemática da dor. Foi dada “Voz à Dor” com o testemunho de profissionais de saúde, de pessoas com dor crónica e de cuidadores.
Na Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, SPLS, encontramos sensibilidade para o seu papel na divulgação da literacia em todas as fases do trajeto da dor crónica, desde a prevenção, à proposta para a mudança de comportamentos e a autogestão da dor, à divulgação dos recursos para o seu controlo. Veja-se a constituição de um Grupo de profissionais dedicados à dor e a publicação do “Guia de Recursos sobre a Dor”***.
Termino com a mensagem que o Presidente da APED nos deixou no DNLCDor de 2023. “Todos somos poucos para lidar com o flagelo nacional que a dor crónica representa, pelo seu impacto em todos as dimensões da pessoa”.
*https://www.aped-dor.org/index.php/eventos-congressos/detalhesevento/83/122,123,124/ix-encontro-udc
**https://www.youtube.com/@SIPPortugal
*** https://splsportugal.com/guia-de-recursos-sobre-a-dor/
Pela Dra. Inês Macedo, sócia da SPLS
Pelo Dr. Jorge Hernâni-Eusébio, Sócio da SPLS