SPLS e editora Pactor lançam 1.º Manual de Literacia em Saúde em Portugal

Data Evento

5 de Junho, 2023    
14:30 - 19:30

SPLS e editora Pactor lançam 1.º Manual de Literacia em Saúde em Portugal

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) acaba de lançar o primeiro Manual de Literacia em Saúde em Portugal, “uma iniciativa pioneira destinada a capacitar indivíduos e comunidades a adquirir conhecimentos essenciais sobre saúde e bem-estar”, revelam as coordenadoras do projeto. A apresentação aconteceu no dia 5 de junho, nas instalações do Infarmed, em Lisboa.  

Desenvolvido em colaboração com especialistas da área médica e com profissionais de vários campos da saúde, este manual “é um recurso valioso para promover a literacia em saúde e fortalecer a tomada de decisões informadas”, diz Cristina Vaz de Almeida, presidente da SPLS. Ao longo das 300 páginas que compõem a obra, é possível encontrar estratégias para lidar com grupos vulneráveis, técnicas de inclusão de pessoas com necessidades especiais, reflexões sobre o papel do cuidador informal e dos cuidados de fim de vida, dicas para melhorar a comunicação em saúde e qual o papel que devem ter as competências autárquicas, entre outros temas relevantes. 

“Este manual aborda uma ampla gama de tópicos relacionados com a saúde e bem-estar, desde técnicas de storytelling, reflexões sobre o impacto dos cuidados, informações sobre políticas locais, estilos de vida saudáveis, práticas preventivas e recursos úteis. Os leitores, que podem ser cidadãos comuns ou profissionais da área, encontrarão explicações claras, temas relevantes e orientações práticas para melhorar seu conhecimento sobre saúde e tomar decisões conscientes”, diz a presidente da sociedade científica. 

A obra conta ainda com prefácio de Francisco George, ex-Diretor-Geral da Saúde, e com reflexões de especialistas como Adalberto Campos Fernandes, ex-Ministro da Saúde, Graças Freitas, diretora da DGS (até 2023), Miguel de Arriaga, chefe da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da DGS, Luís Campos, presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente, e Kristine Sørensen, presidente da Associação Internacional de Literacia em Saúde (IHLA).  

“A literacia em saúde desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e na melhoria dos cuidados. No entanto, muitas pessoas enfrentam desafios na compreensão das informações de saúde disponíveis, o que pode levar a decisões inadequadas ou falta de ação em relação à sua própria saúde. Este Manual de Literacia em Saúde foi elaborado com o objetivo de superar essas barreiras através dos contributos de dezenas de especialistas que acreditam que é possível melhorar a saúde de todos através do aumento da literacia”, conclui Cristina Vaz de Almeida. 

Para a editora responsável pela publicação, esta é “uma obra ímpar em Portugal” e um importante contributo “para o desiderato de salvar vidas”. Frederico Annes, diretor-geral da editora, explica que “uma das especializações da Pactor e do Grupo Lidel é publicar livros que são marcos e o Manual de Literacia em Saúde é mais um deles”. 

A coordenação ficou a cargo da presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida, e da presidente do conselho científico da mesma sociedade, Isabel Fragoeiro. A apresentação do livro contou com a presença dos autores no Auditório do Infarmed, em Lisboa, pelas 17h30.

A apresentação do Manual de Literacia em Saúde aconteceu a 20 de junho na Madeiraver mais informações aqui —  a 19 de julho no Portover mais informações aqui.
No próximo dia 7 de Setembro, a Manual de Literacia em Saúde será apresentado no Centro de Congressos do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra – consulte mais informações e programa aqui.


Disponível para venda na WOOK, FNAC, Bertrand e Almedina.
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Testemunho da Presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida

 

Testemunho do Presidente do INFARMED, Rui Santos Ivo

 

Testemunho de Rosália Amorim

 

Testemunho de Adalberto Campos Fernandes

 

Testemunho de Ana Benavente

O 1.º Estudo Nacional de Literacia que coordenei foi um trabalho pioneiro que pôs em evidência as fragilidades do nosso país neste campo. A palavra literacia passou a fazer parte do vocabulário corrente mas as políticas e acções concretas em áreas cruciais que exigem intervenções para melhorar a comunicação entre instituições, serviços, profissionais e cidadãos, essas têm sido mais lentas e desiguais. Como se o problema já não existisse. Mas existe. Há “velhas” e “novas” exclusões se pensarmos, por exemplo, no papel das novas tecnologias na vida quotidiana.

A saúde é, por excelência, uma área em que as questões de literacia são fundamentais. Tive, aliás, ocasião de assegurar módulos de formação para médicos de medicina geral e familiar. Onde vão esses tempos! Não esqueço uma situação hospitalar de internamento em que uma senhora ouviu do doutor que “só ali estava porque não seguia as prescrições e, claro, se não tomava os medicamentos de modo adequado, passava o tempo a adoecer”. A senhora, aflita, mostrou-me a receita. Havia medicamentos a tomar ao levantar e ao deitar. Outros a tomar com as 3 refeições do dia e ainda um outro a tomar de 8 em 8 horas. Três lógicas que se cruzavam e a levavam, muito provavelmente, a tomar ao mesmo tempo medicamentos quando tal não devia acontecer ou outros erros. 

Tudo isto para vos dizer como considero importante o vosso trabalho e que me sinto muito feliz por ter contribuido com o nosso Estudo. É esse o sentido social da produção de conhecimento. Obrigada pela vossa gentileza, num gesto raro, podem crer. Muitos sucessos, por vós, por todos nós, pelo país”.