Miniassembleias da Saúde

Data Evento

28 de Fevereiro, 2023    
Todo o dia

Miniassembleias da Saúde: Dar voz ao cidadão

 Ouvir e registar o ciclo de vida e criar sinergias para as políticas públicas locais de saúde na promoção de comunidades mais saudáveis.

 Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), em parceria com os Municípios Portugueses, e em particular, neste relatório, organizou no final de 2022 e início de 2023, com o Município de Oeiras, um conjunto de “Mini- Assembleias da Saúde” com o objetivo de replicar o direito e o dever de cidadania dos cidadãos a pronunciarem-se (Constituição da Republica Portuguesa, artº 2 e artº 9).

Nestas “Miniassembleias da Saúde” foram debatidas questões de saúde e de bem-estar com a matriz da literacia em saúde, isto é, incidindo nas dimensões do acesso, compreensão e uso dos recursos de saúde, navegabilidade no sistema, tomada de decisões em saúde no continuum da vida e bem-estar destas populações aqui representadas.

O incremento das dimensões da literacia em saúde, e a ação subsequente de decisões tomadas de uma forma mais responsável, consciente e participativa, são as propostas de base destas “Mini- Assembleias da Saúde”. 

Com a sua realização, os seus promotores – SPLS e Municípios, pretende-se que estas “Mini-assembleias da Saúde” que replicam o espaço público de debate, sejam ativadoras de um maior civismo participativo, envolvendo as dimensões humanas da conexão social, fomentando a multiculturalidade, a visão inter e multidisciplinar e a promoção de comunidades mais saudáveis.

Estas práticas ativas de literacia em saúde, ajudam na reflexão mais aprofundada, criteriosa da “voz do cidadão”, que dão um verdadeiro suporte na construção, ou na expetativa de reforço dos seus destinos, articulando as vozes individuais com as vozes da comunidade onde se integram. Estas “vozes” servem de co efetivo para que os decisores possam ir ao encontro do que é significativo e valorizado pelas pessoas dentro ads comunidades.

Este projeto da SPLS – MINIASSEMBLEIAS DA SAÚDE –  está estruturado para funcionar em rede, combinando as parcerias locais com o capital intelectual desta sociedade científica que estatutariamente prevê o investimento no aumento da literacia em saúde dos cidadãos.

Neste sentido, todo o projeto “Miniassembleias da saúde” é para ser construído com as forças municipais, criando um lastro de boas práticas a serem reproduzidas por outras comunidades, sendo partilhadas em vários materiais audiovisuais, gráficos, escritos, sejam impressos ou digitais.

O resultado pretendido é uma maior ativação das populações locais, que, ao partilharem ideias, as exporem, debaterem entre elas, possam gerar mais conhecimento e ação, com reflexos positivos e construtivos nas suas comunidades.

Assim esperamos que este projeto prossiga com mais autarquias conscientes envolvidas, com mais vozes que precisamos ouvir e centradas no cidadão.

Este é o caminho de uma maior literacia em saúde.

A literacia em saúde salva vidas

 

SOCIEDADE PORTUGUESA DE LITERACIA EM SAÚDE

Equipa Miniassemblieas da Saúde

Cristina Vaz de Almeida, Presidente da SPLS

Cecília Nunes, Presidente da Comissão de Ética da SPLS

Vânia Lima, Diretora de Comunicação da SPLS

Fayga Keller, Membro da SPLS


22 outubro de 2022 — Pessoas migrantes

Mais de 20 migrantes uniram-se em cinco grupos para apresentaram uma série de medidas para melhorar o sistema de saúde, com foco no acesso, comunicação e serviços digitais:

  • Acesso universal e digital: Priorizam o acesso à saúde como fundamental para a felicidade. Propõem a criação de uma plataforma digital acessível a todos, com informações em várias línguas, evitando filas e proporcionando acesso imediato, até em casos de emergência.
  • Plataforma de saúde mental para jovens: Reconhecem a necessidade de uma plataforma online para informações sobre saúde mental, que permita aos jovens entender sintomas, prevenção e medidas de apoio.
  • Consultas especializadas: Defendem o acesso a consultas especializadas, especialmente para casos como epilepsia, que requerem tratamentos específicos.
  • Melhor atendimento telefónico nos Centros de Saúde: Querem reduzir o tempo de espera e melhorar o atendimento telefónico nos centros de saúde.
  • Comunicação médico-paciente: Enfatizam a importância de médicos se comunicarem de forma eficaz, explicando as doenças de maneira acessível e considerando a diversidade linguística.
  • Linguagem corporal e confidencialidade: Querem uma linguagem corporal mais acolhedora por parte dos profissionais de saúde e pela garantia de confidencialidade, especialmente para jovens que podem ter preocupações sobre privacidade.
  • Tradutores e acessibilidade linguística: Propõem mais tradutores para melhorar o acesso à saúde por pessoas que falam diferentes idiomas.
  • Relação terapêutica e exames auxiliares de diagnóstico: Querem médicos que expliquem melhor a situação ao paciente e a realização de mais exames auxiliares de diagnóstico para obter informações mais completas sobre problemas de saúde.
  • Acesso à saúde para imigrantes irregulares: Defendem o direito de imigrantes irregulares à assistência médica e a eliminação de obstáculos, como a necessidade de um cartão de utente.
  • Recursos de saúde: Sugerem rastreios gratuitos em parceria com associações, informações simplificadas para facilitar a compreensão e maior compreensão digital nas unidades de urgência.
  • Parcerias com clínicas e farmácias: Propõem acordos facilitadores entre associações e clínicas de saúde com taxa única de apoio social, além de descontos em medicamentos para migrantes com dificuldades financeiras.
  • Cartão de utente provisório: Querem a implementação de cartões de utente provisórios para garantir acesso à assistência médica enquanto o processo de legalização é concluído.
  • Linha telefônica de saúde para imigrantes: Propõem a criação de uma linha telefónica de saúde dedicada a imigrantes em situação irregular, oferecendo suporte e informações a qualquer hora do dia.
  • Considerações culturais e alimentares: Destacam a importância de considerar as questões culturais e alimentares na prestação de cuidados de saúde.
  • “Ouvidoria” de Saúde nas Autarquias: Propõem a criação de uma “ouvidoria” de saúde nas autarquias para atender às necessidades dos cidadãos.

Essas medidas refletem a preocupação dos jovens em tornar o sistema de saúde mais acessível, inclusivo e eficiente, atendendo às diversas necessidades da população, incluindo imigrantes e aqueles que enfrentam barreiras linguísticas e financeiras.

 


 

26 de novembro de 2022 – Pessoas com deficiência 

Durante uma discussão sobre as necessidades das pessoas com deficiência, foram apresentados quatro grupos com as suas respectivas propostas:

  • Transportes mais inclusivos: Preparação de motoristas e pessoal de transporte para lidar com pessoas com deficiência, incluindo características físicas e mentais.
  • Maior acesso a materiais de saúde: Facilitar o acesso a produtos de apoio, como meias de compressão específicas.
  • Equipas médicas mais comunicativas: Formação para profissionais de saúde a fim de melhorar a comunicação com pessoas com deficiência, priorizando a comunicação direta com o paciente.
  • Recursos humanos especializados: Ter assistentes especializados para auxiliar no acesso a serviços de urgência, com suporte desde o check-in até à triagem e exames.
  • Mais apoio humano: Disponibilizar assistência pessoal mais acessível e rápida, com melhor preparação dos técnicos.
  • Manual com informações relevantes: Criar um manual de orientação abrangente para pessoas com deficiência, compilando informações sobre serviços, produtos de apoio e recursos disponíveis.
  • Pulseiras de identificação: Propor a colocação de pulseiras eletrónicas com identificação para garantir a segurança das pessoas com deficiência.
  • Formações sobre novas técnicas inclusivas: Promover informações acessíveis e inclusivas para pessoas com deficiência.
  • Mais formação das equipas: Aumentar a disponibilidade e eficácia do pessoal de serviço, oferecendo formação aos profissionais.
  • Melhores acessos e locais adaptados: Melhorar a acessibilidade dos locais de serviços de saúde, considerando não apenas rampas, mas também a adaptação do ambiente para atender às diversas necessidades das pessoas com deficiência.
  • Serviços com menos burocracia: Facilitar o acesso a serviços de saúde, reduzindo burocracias e tempos de espera.
  • Mais transportes públicos em áreas pouco adaptadas: Incluir transportes, como táxis, onde os serviços de saúde são difíceis de aceder.

Essas propostas visam melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, abordando questões relacionadas à acessibilidade, formação de profissionais de saúde e acesso a produtos de apoio, entre outras preocupações.

 


 

17 de dezembro de 2022 — Combater a desinformação com os jovens

Mais uma vez, um grupo diverso de pessoas reuniu-se para discutir várias estratégias e propostas relacionadas com a literacia em saúde (LS) e como combater a desinformação. Aqui está um resumo das principais ideias e ações mencionadas:

  • Utilização responsável de redes sociais: Propõe-se aproveitar as redes sociais, como o Spotify e o TikTok, para divulgar informações sobre literacia em saúde.
  • Influenciadores digitais: Sugere-se o uso de influenciadores como embaixadores da literacia em saúde para atingir o público jovem.
  • Parcerias estratégicas: Desenvolver parcerias com associações de estudantes e juvenis para criar plataformas comuns e alcançar a população local.
  • Inquérito nacional: Realizar um inquérito nacional entre os jovens para avaliar o nível de literacia em saúde e identificar necessidades e comportamentos de risco.
  • Temáticas de saúde mental: Abordar questões como acesso a apoio psicológico, desmistificação do estigma associado à saúde mental e compra de medicamentos na internet.
  • Envolvimento de profissionais de saúde nas escolas: Trazer profissionais de saúde para escolas para ensinar conteúdos relacionados com a saúde.
  • Ações locais sobre ideais de beleza: Abordar questões como botox e pressões associadas aos padrões de beleza.
  • Capacitação de equipas editoriais e de assessoria de imprensa: Treinar profissionais de comunicação para transmitir informações de saúde de forma credível.
  • Acesso a meios de comunicação digitais validados: Fornecer acesso a fontes digitais de saúde confiáveis.
  • Métodos de ensino não formais: Implementar métodos de ensino que combatam a desinformação em saúde.
  • Combate ao estigma na saúde mental: Envolvimento de movimentos associativos locais para combater estigmas relacionados à saúde mental.
  • Equipas de jovens profissionais de saúde: Identificar jovens em risco para comportamentos aditivos e dependências.
  • Regulamentação da publicidade online: Propõe-se regulamentar a publicidade online relacionada com a saúde.
  • Educação desde a infância: Integrar a literacia em saúde nos currículos desde a infância.
  • Cheque saúde mental positiva: Propor um “cheque” para a saúde mental como medida preventiva.
  • Sessões de debate: Realizar sessões de debate envolvendo encarregados de educação e pessoas idosas.
  • Sistema de rating para fontes digitais: Criar um sistema de classificação para fontes digitais de saúde.

Estas ações visam melhorar a literacia em saúde, abordar questões de bem-estar e promover uma comunicação eficaz entre profissionais de saúde e o público, especialmente entre os jovens.

 

 


14 de fevereiro de 2023 — Pessoas Idosas 

A 4.ª miniassembleia, dedicada às pessoas idosas, realizou-se a 14 de fevereiro de 2023 na Universidade Sénior NovAtena. Os participantes foram divididos em 8 grupos para discussão de temas relacionados com palavras-chave sugeridas.

As propostas apresentadas incluem:

  • Vacinação acessível: Gratituidade das vacinas, com destaque para a pneumonia.
  • Melhor acesso a terapêuticas: Melhoria do acesso a medicamentos devido aos altos custos.
  • Mais médicos: Aumento do número de médicos de família.
  • Mais foco na estomatologia: Necessidade de assistência em estomatologia, incluindo médicos dentistas e educação em saúde oral.
  • Mais prevenção: Realização de outros rastreios oncológicos, como para neoplasia pulmonar.
  • Melhorar as soft skills: Ênfase na importância do carinho, especialmente para pessoas solitárias e fragilizadas, sugerindo maior referência pelo médico de família.
  • Combater a solidão: Abordagem do problema do isolamento e falta de contacto periódico com médicos de família para pessoas vulneráveis.
  • Mais apoio domiciliário: Proposta de envelhecimento acompanhado com transporte facilitado, encaminhamento e apoio domiciliário.
  • Incentivar a vida social: Promoção da vida ativa, autonomia e direitos das pessoas idosas, incluindo atividades culturais e de lazer.
  • Transportes partilhado: Sugestão de transporte partilhado para promover a autonomia.
  • Mais respeito: Enfatização da necessidade de respeito e educação para pessoas mais velhas.
  • Médicos mais próximos: Recomendação de médicos de proximidade, com múltiplas especialidades, não limitados a gerontologia.
  • Mais apoio durante o luto: Sugestão de acompanhamento durante o luto para melhorar a felicidade das pessoas nesse período.
  • Medidas de apoio à solidão: Ideia de uma linha telefónica de combate ao isolamento e divulgação dos serviços existentes.
  • Mais voluntários: Incentivo ao voluntariado qualificado no apoio a pessoas idosas.
  • Ginásios gratuitos: Proposta de ginásios gratuitos para pessoas idosas, defendendo direitos iguais.
  • Comunicação mais empática: Pedido por comunicação mais empática entre médicos e pacientes idosos.
  • Centros de Saúde mais acessíveis: Preocupação com a falta de serviços adequados nos centros de saúde, com destaque para horários alargados e consultas de especialidade.
  • Mais apoio para combate às doenças crónicas: Enfatização do incremento de comparticipação para doenças crónicas.
  • Melhor comunicação de resultados e exames: Necessidade de feedback claro sobre exames médicos entregues nas unidades de saúde.
  • Criar um espaço intergeracional: Ideia de criar um espaço comum para pessoas idosas e crianças, construindo um lar e uma creche lado a lado para promover a interação intergeracional.

 

 


10 de março de 2023 — Pessoas Idosas 

A 10 de março, a Universidade Sénior Casa Animada, em Massamá, recebeu dezenas de pessoas idosas para a última miniassembleia. Entre as propostas, destacam-se:

  • Saúde oral: Falta de protocolo e eficiência na saúde, especialmente na saúde oral.
  • Marcar consultas de forma mais fácil: Facilitar o acesso a consultas médicas, incluindo marcação.
  • Médico para todos: Médico de família para todos, com atenção especial às pessoas idosas e doenças crónicas.
  • Melhor relação médico-paciente: Tratamento mais humano por parte dos médicos.
  • Mais mobilidade: Facilitar o acesso a transportes para pessoas carenciadas e com mais de 65 anos.
  • Mais literacia sobre vacinação: Maior informação sobre prós e contras das vacinas, com dados estatísticos do Ministério da Saúde.
  • Mais meios de diagnóstico: Disponibilização de meios de diagnóstico nos centros de saúde, como raios-X e análises.
  • Horários alargados nos Centros de Saúde: Alargamento dos horários de funcionamento dos centros de saúde até à meia-noite.
  • Menos tempos de espera: Redução do tempo de espera para consultas de especialidade e cirurgias nos hospitais.
  • Mais vacinas: Vacinação obrigatória e aumento das vacinas gratuitas, incluindo a pneumonia.
  • Melhorar soft skills: Maior disponibilidade de profissionais de saúde para oferecer carinho aos utentes.
  • Melhor atendimento: Humanização dos serviços de saúde, melhor comunicação entre profissionais e utentes, e mais tempo nas consultas.
  • Atenção aos cuidados paliativos: Melhoria das relações nos cuidados paliativos e continuados.
  • Mais contactos: Facilitar o contacto com os profissionais de saúde.
  • Promoção da informação sobre atos médicos: Melhorar a informação sobre intervenções cirúrgicas.
  • Mais apoios dos média: Enfatizar o papel dos meios de comunicação, como a RTP, na prevenção da saúde.
  • Melhorar acesso ao histórico clínico: Garantir que os utentes tenham acesso a exames, relatórios e informações sobre o seu estado de saúde.
  • Mais literacia nas escolas: Educação nas escolas sobre vacinas e os seus riscos.
  • Alargar as técnicas de saúde: Inclusão de acupuntura, homeopatia e quiropraxia no sistema de saúde, com certificação dos profissionais.
  • Mais apoio aos cuidadores: Acompanhamento do cuidador em casos de pacientes acamados, psiquiatria, depressão, Alzheimer e cuidados paliativos.
  • Mais formação de médicos: Aumento do acesso de alunos às faculdades de medicina.
  • Mais atenção à enfermagem de família: Implementação de enfermagem de família com acesso imediato para questões como diabetes e infeções.
  • Mais contactos: Acesso ao portal de saúde com possibilidade de ligação a vários números de telefone.