Dia Mundial do Hipnotismo
O Dr. Jack Stanley Gibson, nasceu em 1909 e foi o mais jovem cirurgião irlandês a inscrever-se no Colégio de Cirurgia. Tinha 25 anos. Depois foi Cirurgião na África do Sul e, durante a II Guerra, esteve no Serviço de Emergência Médica Britânico. Terminada a Guerra, voltou à África do Sul e, em 1959, vai para a Etiópia, mas por pouco tempo. Regressou a Dublin e ficou como cirurgião no Condado de Kildare até à sua reforma em 1979. Durante a sua carreira como cirurgião defendeu o uso da hipnose em alternativa à anestesia.
Depois de reformado passou a aplicar a hipnose na terapêutica das perturbações psicossomáticas. Faleceu em 2005 e o primeiro Dia Mundial do Hipnotismo aconteceu em 2006 para o homenagear e com o objetivo de informar o público sobre os benefícios do hipnotismo. Esta efeméride visa, sobretudo, combater muitos mitos sobre o hipnotismo, nomeadamente o de ser um modo de controlo da mente do outro e levá-lo a fazer o que não quer.
A hipnose começou em 1770 a ser usada pelo médico alemão Franz Mesmer, que a utilizava com os seus pacientes em Viena e Paris. O método de Mesmer foi usado por outros clínicos, sendo a técnica conhecida por mesmerismo. Contudo, esta técnica foi, de certo modo, evitada, porque foi associada ao ocultismo e só mais tarde foi recuperada com o nome de hipnotismo e hipnose.
Na realidade, a hipnose leva a um estado de consciência em que a pessoa está muito focada, exigindo uma intensa atividade cerebral. Este estado pode ajudar a pessoa a lembrar-se de factos armazenados na memória profunda, que podem condicionar emoções e comportamentos atuais e, deste modo, permitir implementar terapias dirigidas.
A hipnose pode ajudar a controlar e a vencer medos, a perder ou a ganhar peso, baixar o nível de stress, cessar o hábito de fumar, melhorar a qualidade do sono, etc. De qualquer modo, hipnose é uma alteração sensorial que reaviva memórias e promove a autoconsciência.
Mesmo no nosso dia a dia temos momentos de hipnose, por exemplo, quando conduzimos sem pensar e, subitamente, damos por estar a ir numa direção que não era a pretendida, ou quando estamos embrenhados numa leitura que ignoramos tudo o que nos envolve, ou ainda, quando em frente ao ecrã ficamos tão absortos que não ligamos a nada nem a ninguém.
Por isso, sem deixar de valorizar a hipnose para fins terapêuticos, não se deixem hipnotizar pelas tecnologias (v.g. telemóveis, tablets, etc.), ignorando as pessoas mais queridas e tudo o mais que está à vossa volta. Socializar é um determinante de saúde.
José Mendes Nunes
Membro da SPLS