Dia Internacional da Síndrome de Asperger
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
O Dia Internacional da Asperger acontece em 18 de fevereiro com o objetivo de destacar os desafios que acompanham esta síndrome.
Embora tenha sido considerada separada, a síndrome de Asperger foi incluída no espectro do autismo (celebrado a 2 de abril) desde 2013, um distúrbio relacionado com o desenvolvimento do cérebro que afeta a forma como uma pessoa percebe e socializa com os outros. A 18 de junho de 2018 a Organização Mundial da Saúde publicou a 11ª versão da Classificação Internacional das Doenças (CID-11) que atualizou os critérios para o autismo onde incluiu a Síndrome de Asperger, mais em acordo com a DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders).
É chamado de espectro porque o autismo não é uma condição única, mas se refere a uma ampla gama de sintomas e gravidade. O que distingue o Transtorno de Asperger do autismo clássico são os seus sinais menos graves e a ausência de atrasos de linguagem, como uma forma mais branda de autismo. Indivíduos com Transtorno de Asperger estão interessados em interação social, mas podem ser socialmente desajeitados ou não familiarizados com as regras sociais convencionais. Têm dificuldades na flexibilidade de pensamento, são repetitivos e com interesses obsessivos, mas tem extraordinárias capacidades intelectuais, superiores ao resto da população, para além de excelentes em matemática e ciência. A sua relativa rigidez de pensamento torna-os escravos do cumprimento de regras que, de uma forma caricatural e metafórica se traduz na famosa história do sujeito que, sendo campeão de natação, morre afogado no lago que na sua margem tem escrito “proibido nadar”.
Embora não exista tratamento específico, o diagnóstico precoce é importante para, tão cedo quanto possível, iniciar terapêuticas que melhorem o controlo emocional e as capacidades sociais e empáticas.