Dia Europeu dos Direitos dos Doentes
Por José Mendes Nunes, sócio da SPLS
Em 2002, a Active Citizenship Network (ACN) em cooperação com quinze países da União Europeia, define a Carta Europeia dos Direitos dos Doentes, os quais devem ser protegidos e garantidos pelos estados europeus. No que respeita aos direitos dos doentes, a realidade é muito diversa entre os países europeus e a Carta pretende, precisamente, contribuir para a harmonização dos sistemas de saúde de modo a favorecer os direitos dos cidadãos de todos os estados.
No dia 18 de abril de 2006 a Comissão Europeia aprovou a Carta Europeia dos Direitos dos Doentes sendo o Dia Europeu dos Direitos dos Doentes celebrado, pela primeira vez, a 29 de março de 2007 por resolução do Parlamento Europeu, com mais de 180 delegados de 25 países que representavam os interesses dos pacientes. A 26 de setembro de 2007, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) aprovou um parecer sobres os Direitos dos Doentes e instaurou a Comissão Europeia a implementar o Dia Europeu dos Direitos dos Doentes a celebrar anualmente a 18 de abril.
Pela importância de conhecer os direitos dos doentes que constam na respetiva da Carta Europeia, passo a elencá-los:
- Direito a Cuidados Preventivos, todo o cidadão tem direito a atendimento adequado para prevenir doenças;
- Direito ao Acesso, os serviços de saúde devem garantir o acesso a todos os cidadãos, sem discriminação de recursos económicos, tipo de doença ou local de residência (incluindo os que não têm autorização de residência);
- Direito à Informação, cada cidadão tem direito de ter acesso a toda a informação sobre o seu estado de saúde, os serviços de saúde de que dispõe e como os utilizar, e de toda investigação científica e inovação tecnológica existente. Este direito inclui o acesso ao seu processo clínico, podendo fotocopiá-lo;
- Direito ao Consentimento, pressupõe o direito à disponibilização de todas as informações que lhe permitam decidir sobre tudo o que afeta a sua saúde. Este direito é expresso em termos do desejado pelos profissionais de saúde, obter “consentimento informado”, mas, em meu entender, será mais correto falar de “Decisão Informada”, porque o que está em causa é o doente decidir informada e conscientemente, podendo a decisão ser “consentimento” ou “recusa”;
- Direito à Livre Escolha, ou seja, ter informação adequada para poder escolher tratamentos e prestadores de cuidados, sem quaisquer coações explicitas ou veladas;
- Direito à Privacidade e Confidencialidade;
- Direito ao Respeito pelo Tempo dos Doentes, i.e., receber o tratamento em tempo adequado em todas as fases de tratamento. Este direito inclui a informação sobre as listas de espera, embora respeitando as normas de privacidade;
- Direito à Garantia dos Padrões de Qualidade, cada cidadão tem o direito a serviços que garantem os melhores padrões de qualidade;
- Direito à Segurança, todos os doentes devem estar livres dos erros e acidentes resultantes do mau funcionamento dos serviços, ou da negligência ou impreparação dos profissionais de saúde;
- Direito à Inovação, independentemente das circunstâncias económicas ou financeiras do cidadão;
- Direito à Evitação de Sofrimento e Dor Desnecessários;
- Direito à Personalização do Tratamento, os diagnósticos e os tratamentos devem ser adaptados às necessidades e desejos dos doentes. A evidência científica deve ser compatibilizada com a evidência das necessidades, desejos e valores dos doentes;
- Direito à Reclamação, envolve o direito do cidadão reclamar quando sente que sofreu um dano e de receber uma resposta;
- Direito a Indemnização, quando o cidadão é vítima de danos físicos, morais ou psicológicos pela atuação de serviços ou profissionais de saúde deve receber compensação suficiente e num prazo razoavelmente curto.
Saliento que o objetivo desta celebração é o de aumentar o conhecimento dos direitos dos doentes e de promover a participação ativa das pessoas nos seus próprios cuidados de saúde. O meio mais poderoso para cumprir este último desiderato é a Literacia em Saúde, reconhecendo que o cidadão é o maior recurso de saúde e, geralmente, o mais ignorado pelos sistemas de saúde. Relembro o conceito de Literacia em Saúde: Capacidade das pessoas em obter, processar, compreender/ integrar, usar e poder usar informação (sobre saúde) necessária para tomar decisões sobre problemas de saúde, defender a saúde e escolher estilos de vida saudáveis.
Por Deolinda Pinto, sócia da SPLS
Maria Teresa Flor de Lima, sócia da SPLS
SPECIAL EDITION ON EUROPEAN PATIENTS’ RIGHTS DAY 2024 Watch the video interviews realized by the journalist Mariam Zaidi on the occasion of the European Patients’ Rights Day 2024 (click here for the Italian subtitled version) focused on the key role of HCPs for a healthier Europe. Indeed, 15 million people, 7% of the EU workforce, work in healthcare. Therefore, neglecting the health workforce crisis jeopardises current and future preventive and care options for citizens & patients. |
European Patients’ Rights Day 2024 on the state of the European health workforce: “Why are we so silent about this ticking bomb?” Doctors, nurses and all the HCPs are a fundamental pillar in moving towards more resilient national healthcare systems, but they are facing a crisis with considerable concern from all stakeholders, institutional and non-institutional. Read more about the conference organized at the EU Parliament by Active Citizenship Network on the occasion of the 18th European Patients’ Rights Day. |